segunda-feira, 26 de outubro de 2015

#dia1

Apesar de estar preparada para esta tua viagem, as circunstâncias atuais fizeram-me sentir que desde que bateste a porta que fiquei com o peso do mundo em cima dos ombros. Fiquei a ver-te partir no táxi, não olhaste sequer uma vez para trás. Não posso ficar chateada, imagino que estivesses em stress. Chorei assim que foste embora. Desculpa, não consegui controlar. Já sinto a tua falta. A esta hora já estarias em casa e sei que teria um abraço. Uma brincadeira qualquer a seguir, uma das tuas macacadas, às quais me forço a não rir para não andares minutos inteiros a fazer sons de macacos, que na verdade são mais de orangotangos, em vez de levares os pratos para a mesa.
A médica ligou hoje para saber como me sinto. Achei simpático, desse-me que podia ligar a qualquer hora. Deixei o contato do Dinis e da Neuza. Durante o dia percebi, e juro que me enoja a ideia de me estar a vitimizar, de que é verdade que só nos momentos de aperto sabemos quem são os nossos verdadeiros amigos. A Neuza ofereceu-se sozinha e o Dinis nem pestanejou quando lhe pedi. Estou assustada. Preciso de me aguentar, eu sei, mas esta angústia de estarem a ser postas em causa coisas que nunca aceitarei que sejam postas em causa, está a magoar-me muito. Vou tentar não te sobrecarregar com os meus dramas, é importante que estejas bem, forte. É uma altura muito importante para ti e quero que estejas no teu melhor. Eu aguento-me, preciso apenas que voltes para mim, e me dês um abraço. Amo-te

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