Tal como já imaginava que ias fazer, como ficaste lixado ontem por te ter chamado à atenção não disseste nada. Não ligaste, não disseste o que ias fazer. Achas que é controle? Não tenho o direito a saber com quem andas e a fazer o quê? Qual o teu problema? Liguei-te e só me senti pior. Estás a ser egoísta e muito injusto. Como achas que fico quando falas assim comigo? Estou a horas de saber o resultado dos exames, mas nem te lembras. Eu que me aguente. Acusas-me de querer que fiques fechado no hotel. Achas mesmo que sim? O que é que é difícil perceber? Que mesmo estando longe devias e podias estar mais presente? Mais ligado? Que me podes dizer onde andas e para onde vais? Não mereço esse voto de confiança? E depois vens com ameaças que te vens embora. Tu não farias isso por mim. E se por acaso por milagre o fizesses ias acusar-me para sempre. Ias odiar-me. Ias vingar-te. Em vez de pensares nas coisas e de tentares ser mais carinhoso e atencioso a falar só me deixaste a chorar o resto do dia.
Eu estou doente. Amanhã podes ser tu. eu não te faria isto.
São 19h30, aí é mais uma hora e continuas sem dizer nada. Vai ligar só mais tarde e se o fizeres é para me magoares mais. Ou então mandas uma merda de uma mensagem sem sequer te lembrares que dia é amanhã. No pânico que estou a sentir. Nem deves ter parado para pensar que nem os teus pais cá estão e se os resultados forem mais estou...enfim.
Fica aí mergulhado no teu orgulho e egoísmo. Nunca imaginei que pudesses nesta altura manter o teu egoísmo acima de tudo. É triste.
Já passou mais uma hora. Estás a ignorar as mensagens.
E ao telefone o silêncio cobarde e o não haver futuro juntos, nem uma decisão. E mais tretas. Amanhã, aconteça o que acontecer na consulta, não muda a minha posição. Ou estas comigo ou não.
domingo, 1 de novembro de 2015
#dia6
Estive todo o dia em casa. Disseste que ligavas à tarde, fiquei à espera de poder falar contigo. No pouco tempo em que me fui despedir dos teus pais ligaste e já não te consegui apanhar. Fico triste que não tenhas esperado, ligado mais cedo. Depois ficas incontactável e sinto que se acontecer alguma coisa nem o saberás. Não gosto da forma como te estás a comportar. Disseste antes de ires embora que íamos falar muito, não está a acontecer. As noites em que preferes ir estar com outras pessoas em vez de tirares tempo para falares comigo sem pressas são reveladoras, tristes. Sinto-me sozinha. Foi isso que te tentei explicar quando ligaste aquela hora mas preferiste atacar-me. Não mereço estar a ser acusada assim.
#dia5
Hoje o dia foi horrível. Ouvir o médico a dizer aquelas expressões daquela maneira meteu-me mesmo em baixo. A pressa com que pediu os resultados e a exigência em que fosse logo lá no próximo dia útil deixou-me muito apreensiva. Não devia ter ido sozinha, devia ter pedido a alguém para ir comigo. Soube-me muito bem ter as flores que me mandaste quando cheguei ao trabalho, já não sabia o que era chorar de alegria. Só te queria poder abraçar. Tenho tanto medo. E estou a não saber disfarçar quando me ligas. Tento estar bem para não te preocupar mas às vezes não consigo. Desculpa-me ser fraca.
#dia4
Estive no atellier da Diana, com o Dinis a tentar distrair a cabeça. As pessoas eram simpáticas mas sentia-me ansiosa. O Dinis também não estava no seu melhor. Mas foi bom sair de casa.
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